domingo, 24 de fevereiro de 2013

A inutilidade das coisas que nos fazem felizes



Outro dia estava lendo o livro de um autor muito querido, Rubem Alves.
No livro, "Estórias de quem gosta de ensinar" (2000) Rubem fala-nos da inutilidade da infância e a discussão entorno do tema me fez pensar o quanto nos colocamos contra a nós mesmos, contra a nossa felicidade em nome de nada. Entende?

Deixamos de aproveitar a vida... passear pela praia no final do dia, brincar de bola com (como) uma criança, tomar banho de chuva só por diversão, ler um poema, ouvir nossas músicas prediletas a tarde inteira... essas coisas são inúteis, mas nos dão prazer. Produzem felicidade. Abrimos mão tão facilmente delas. Claro! Precisamos trabalhar, estudar, participar de reuniões super-chatas, estar ao lado de pessoas que não tem nada haver com a gente...  para sermos úteis a sociedade.

Acreditamos mesmo nessa bobagem, não é?  Essa, de que a felicidade virá um dia... Não, ela não virá, a felicidade é agora. E está nessas coisas inúteis, que não nos fazem mais ricos ou famosos, nem pagam as contas atrasadas. Mas nos dão o prazer de perceber como temos sorte em ter quem amamos por perto, e o prazer de sentir-nos vivos.

A infância é inútil,  justamente porque é nessa fase que mais fazemos as coisas, com a única preocupação de sermos felizes. Inúteis! Nos dão prazer, e nenhum retorno financeiro. Coisas inúteis, diz Santo Agostinho, são para serem usufruídas e nos tornarem bem-aventurados.

Se quisesse um conselho meu, eu lhe diria: Vai ser feliz, usufruindo de coisas inúteis a essa sociedade às avessas, que nos fez acreditar que o que mais importa é o que menos nos torna felizes.

Sinceramente, fico com as crianças, elas são bem mais sábias do que as julgamos.


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